terça-feira, 24 de junho de 2008

FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO

Tipos de fibras musculares
Para uma melhor compreensão é bom salientarmos que o músculo esquelético pode ser dividido em várias classes de acordo com suas características bioquímicas das fibras individuais. Os músculos esqueléticos possuem fibras que se classificam respectivamente em fibras do tipo I e fibras do tipo II, sendo que a porcentagem dos tipos de fibras localizadas nos músculos esqueléticos, podem sofrer influências da genética, dos níveis hormonais no sangue e pelas práticas constantes de um determinado exercício físico. (DANTAS, 2003; POWER e HOWLEY, 2005; SIMÃO, 2003)

As fibras do tipo l (denominadas fibras oxidativas lentas) são geralmente encontradas em indivíduos cuja genética está voltado para a prática de esportes de endurance (maratona e 10.000 metros rasos por exemplo), possuindo uma baixa atividade da miosina ATPase, uma baixa manipulação de cálcio e baixa capacidade glicolítica, tornando-os lentos, porém, esses indivíduos por possuírem muitas enzimas oxidativas (grande volume mitocondrial) e um envolvimento de capilares muito alto em relação a qualquer outro tipo de fibra, os tornam altamente resistentes à fadiga e com grande capacidade de metabolização em aerobiose. Já as fibras do tipo ll (alta atividade da miosina ATPase) se subdividem em lla (fibra intermediária ou fibra glicolítica oxidativa rápida) e IIx (típica fibra de contração rápida). A fibra IIa (denominada fibra glicolítica oxidativa rápida), é uma fibra com moderado pontencial oxidativo e potência glicolítica intermediária em relação as fibras do tipo IIx e tipoI. No entanto, as fibras do tipo IIa são altamente adaptáveis, pois com a aplicação de treinamentos aeróbicos, elas podem aumentar a capacidade de oxidação a níveis iguais ou próximo ao das fibras do tipo I. Já a fibra llx (típica fibra de contração rápida), possui uma alta atividade da miosina ATPase, alta capacidade de manipular cálcio e uma excelente capacidade glicolítica, sendo essas, propicia ao desenvolvimento de atividades de alta velocidade como a prova dos 100 metros rasos, porém, essa fibra por apresentar um pequeno número de mitocôndrias e capacidade limitada de metabolização em aerobiose, a torna menos resistente à fadiga do que as fibras lentas (tipo I). (DANTAS, 2003; POWER e HOWLEY, 2005; SIMÃO, 2003 e FOSS e KETEYIAN, 2000)

Partindo-se do princípio em que a proporção em relação à utilização dos sistemas energéticos pelos corredores de 800 metros rasos é de 6% anaeróbico aláctico, 44% em aerobiose e 50% anaeróbico láctico, é importante que saibamos que no momento da seleção desses corredores, um direcionamento na escolha de indivíduos com um maior percentual de fibras IIa (fibra glicolítica oxidativa rápida), facilita e torna o treinamento menos adaptativo e o mais específico possível, pois ao desenvolver uma boa seleção de atletas, o treinador e preparador físico minimizam os pontos deficientes do atleta, otimizando os pontos fortes do mesmo para que essa escolha possa gerar um futuro campeão através de testes específicos. (DANTAS, 2003; McARDLE, KATCH e KATCH, 2003; POWER e HOWLEY, 2005)

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