terça-feira, 24 de junho de 2008

COMO NASCEU O ATLETISMO

Histórico do Atletismo
O atletismo, considerado esporte-base, conta a história esportiva do homem no planeta principalmente pelo fato de ser praticado através de gestos naturais como a corrida, o lançamento e o salto, gestos estes, que resultou no benefício ao desenvolvimento da primeira corrida chamada pelos gregos de stadium, em competição esportiva no ano de 776 a.C., na cidade de Olímpia, na Grécia, originando às Olimpíadas. Através das provas de pistas (corridas) e várias outras modalidades que demonstram os movimentos naturais do homem, o desporto atletismo fez com que o Brasil conseguisse uma grande expressividade internacional por ser um esporte com maior número de medalhas conquistadas em Olimpíadas e jogos Pan-Americanos juntamente com o Iatismo, mantendo assim, uma grande hegemonia na América do Sul. (CBAT, 2006; FERNANDES, 2003)

Foi em 1920 que o Brasil entrou definitivamente na História Olímpica a convite do Comitê Olímpico Internacional (COI), onde o Brasil, pela primeira vez, levou sua delegação aos jogos em Antuérpia, na Bélgica, retornando com três medalhas, sendo uma de cada metal. Esta delegação foi organizada pela Confederação Brasileira de Desportos. (CBAT, 2006)

O atletismo, em sua formulação atual, é disputado desde o início do século XIX. Na primeira Olimpíada da era Moderna, em 1896, após a criação do Comitê Olímpico Internacional, em Atenas, Grécia, participaram 285 atletas em apenas nove modalidades esportivas, sendo suas provas, as que obtiveram maior audiência. (CBAt, 2006)

A Federação Internacional de Atletismo (IAAF), foi criada em 1912 e atualmente com sede em Mônaco, é a entidade que dirige a Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt). O atletismo brasileiro separou-se da CBD, oficialmente em 2 de dezembro de 1977, quando foi criada a Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt), entidade que dirige o atletismo nacional desde 1º de janeiro de 1979, onde a sede da Confederação manteve-se no Rio de Janeiro até 1994, quando foi transferida para Manaus. A CBAt, além de representar 27 federações, promove as principais competições nacionais de atletismo no país, como o Campeonato Brasileiro de Seleções Estaduais, instituído em 1925 e o Troféu Brasil de Atletismo (criado em 1945, sendo esta, a principal competição do calendário da CBAt, onde os atletas vencedores de suas provas são considerados desde 1986, os “Campeões Brasileiros de Atletismo”), isto em todas as categorias – adulto, juvenil (até 19 anos) e menor (até 17 anos) – e em todas as modalidades do Atletismo, sendo a mesma, uma das modalidades esportiva com maior número de medalhas conquistadas em Olimpíadas. (CBAt, 2006)

FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO

Tipos de fibras musculares
Para uma melhor compreensão é bom salientarmos que o músculo esquelético pode ser dividido em várias classes de acordo com suas características bioquímicas das fibras individuais. Os músculos esqueléticos possuem fibras que se classificam respectivamente em fibras do tipo I e fibras do tipo II, sendo que a porcentagem dos tipos de fibras localizadas nos músculos esqueléticos, podem sofrer influências da genética, dos níveis hormonais no sangue e pelas práticas constantes de um determinado exercício físico. (DANTAS, 2003; POWER e HOWLEY, 2005; SIMÃO, 2003)

As fibras do tipo l (denominadas fibras oxidativas lentas) são geralmente encontradas em indivíduos cuja genética está voltado para a prática de esportes de endurance (maratona e 10.000 metros rasos por exemplo), possuindo uma baixa atividade da miosina ATPase, uma baixa manipulação de cálcio e baixa capacidade glicolítica, tornando-os lentos, porém, esses indivíduos por possuírem muitas enzimas oxidativas (grande volume mitocondrial) e um envolvimento de capilares muito alto em relação a qualquer outro tipo de fibra, os tornam altamente resistentes à fadiga e com grande capacidade de metabolização em aerobiose. Já as fibras do tipo ll (alta atividade da miosina ATPase) se subdividem em lla (fibra intermediária ou fibra glicolítica oxidativa rápida) e IIx (típica fibra de contração rápida). A fibra IIa (denominada fibra glicolítica oxidativa rápida), é uma fibra com moderado pontencial oxidativo e potência glicolítica intermediária em relação as fibras do tipo IIx e tipoI. No entanto, as fibras do tipo IIa são altamente adaptáveis, pois com a aplicação de treinamentos aeróbicos, elas podem aumentar a capacidade de oxidação a níveis iguais ou próximo ao das fibras do tipo I. Já a fibra llx (típica fibra de contração rápida), possui uma alta atividade da miosina ATPase, alta capacidade de manipular cálcio e uma excelente capacidade glicolítica, sendo essas, propicia ao desenvolvimento de atividades de alta velocidade como a prova dos 100 metros rasos, porém, essa fibra por apresentar um pequeno número de mitocôndrias e capacidade limitada de metabolização em aerobiose, a torna menos resistente à fadiga do que as fibras lentas (tipo I). (DANTAS, 2003; POWER e HOWLEY, 2005; SIMÃO, 2003 e FOSS e KETEYIAN, 2000)

Partindo-se do princípio em que a proporção em relação à utilização dos sistemas energéticos pelos corredores de 800 metros rasos é de 6% anaeróbico aláctico, 44% em aerobiose e 50% anaeróbico láctico, é importante que saibamos que no momento da seleção desses corredores, um direcionamento na escolha de indivíduos com um maior percentual de fibras IIa (fibra glicolítica oxidativa rápida), facilita e torna o treinamento menos adaptativo e o mais específico possível, pois ao desenvolver uma boa seleção de atletas, o treinador e preparador físico minimizam os pontos deficientes do atleta, otimizando os pontos fortes do mesmo para que essa escolha possa gerar um futuro campeão através de testes específicos. (DANTAS, 2003; McARDLE, KATCH e KATCH, 2003; POWER e HOWLEY, 2005)